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segunda-feira, 14 de novembro de 2011

EXPRESSIONISMO

O Grito: Edvard Munch
O Expressionismo designa um movimento cultural que se manifestou nos mais diversos campos artísticos como as artes visuais, o teatro, a literatura e o cinema. Nas artes plásticas (pintura, escultura, fotografia) e na arquitectura, esta tendência, de dimensão internacional desenvolveu-se a partir dos finais do século XIX, tendo conhecido uma importante expansão na Alemanha, no contexto de angústia e de agitação social que antecedeu a Primeira Guerra Mundial.
O Expressionismo apresentou-se em oposição tanto ao sentido cientista do Impressionismo como à vocação decorativa da Arte Nova e caracteriza-se pela procura de formas artísticas que exprimissem mais livre e subjectivamente os sentimentos do artista em relação à realidade. Os quadros tornaram-se o retrato intenso de emoções, transmitidas através de cores violentas e de pinceladas vincadas e as esculturas apresentavam formas agressivas, modelações vincadas e texturas rudes.
As primeiras manifestações que se podem considerar precursoras do movimento expressionista datam de meados de 1880. Entre estas contam-se as obras do pintor holandês Vincent Van Gogh, marcante pelo uso intenso dos valores cromáticos e texturais, e do francês Toulouse-Lautrec, nomeadamente pelos temas abordados e pela liberdade e espontaneidade do desenho. Os pintores Edvard Munch, expoente do Expressionismo nórdico, e James Ensor representaram outro momento de afirmação dos fundamentos da estética expressionista, como temas dramáticos e obcessivos e pela violência das fomas e da cor.
Todas estas referências vão cruzar-se no contexto artístico da Alemanha de inícios do século, encontrando eco em artistas que procuram afirmar novos caminhos.
A primeira corrente organizada dentro no interior do movimento expressionista foi o grupo Die Brücke (A Ponte), formado em Dresden em 1905, por Ernst-Ludwig Kirchner, Karl Schmidt-Rottluff, Emil Nolde (1867-1956) e Max Pechstein (1881-1955) entre outros, com objectivo de agregar as várias tendências de vanguarda, rejeitando o academismo, o Impressionismo, o Jugendstil e a Secessão. Procurava, através de uma expressão directa, emotiva e muitas vezes violenta, a representação da realidade social e política desse período.
Mais tarde, em 1912, é formado em Munique o grupo Der Blaue Reiter (O cavaleiro azul) pelos pintores Wassily Kandinsky e Franz Marc, que reúne um vasto número de artistas alemães, suíços e russos, constituindo um novo período de afirmação do Expressionismo, mais ligado às manifestações do inconsciente e à atenção aos valores cromáticos e formais.
A corrente Nova Objectividade (Die Neue Sachlichkeit ) formada no período entre as duas guerras mundiais, num clima de intensos problemas sociais e de desilusão e decadência de determinadas formas da cultura e da civilização ocidental, assumiu a recuperação e o ressurgimento do Expressionismo, após a interrupação ditada pela Primeira Guerra Mundial. Teve com protagonistas os pintores Otto Dix (1891-1969), George Grosz (1893-1959) e Max Beckmann (1884-1950), cujos trabalhos denunciam uma atitude eminentemente satírica e de crítica social.
A expansão internacional do Expressionismo acentua-se precisamente nesta altura, destacando-se os trabalhos de artistas como Oskar Kokoschka (1886-1980) e Arnold Schoenberg (1874-1951) na Áustria, e de Georges Rouault (1871-1958) e Chaïm Soutine (1894-1943), em França.
A pintura expressionista foi uma das principais precursoras do movimento do Expressionismo Abstracto e do Informalismo, surgidos respectivamente nos Estados Unidos da América e na Europa nas décadas de quarenta e cinquenta.
A escultura expressionista foi grandemente impulsionada pela obra do francês Auguste Rodin. De facto, um dos principais representantes deste movimento no campo da escultura foi Antoine Bourdelle (1861-1929), um dos discípulos do mestre francês. Destacam-se ainda alguns trabalhos do americano Jacob Epstein (1880-1959) e do alemão Ernst Barlach (1870-1938), representando geralmente figuras humanas de carácter maciço, às quais imprimem diferentes tipos de distorção e uma modelação livre e intencionalmente imperfeita.


BIOGRAFIA: EDVARD MUNCH

Edvard Munch foi um importante artista plástico norueguês. É considerado, por muitos estudiosos das artes plásticas, como um dos artistas que iniciaram o expressionismo na Alemanha.
- Edvard Munch nasceu na cidade de Løten (Noruega) em 12 de dezembro de 1863.
- Teve uma vida familiar muito conturbada, pois sua mãe e uma irmã morreram quando Munch ainda era jovem. Uma outra irmã tinha problemas mentais. O pai de Munch tinha uma vida marcada pelo fanatismo religioso. Para complicar, Munch ficou muito doente durante a infância.
- Já adulto, começou a apresentar um quadro psicológico conturbado e conflituoso. Alguns estudiosos afirmam que Munch, provavelmente, possuia transtorno bipolar.
- Munch estudou artes plásticas no Liceu de Artes e Ofícios da cidade de Oslo (capital da Noruega).
- Em 1885, viajou para Paris onde entrou em contato com vários movimentos artísticos. Ficou muito atraído pela arte de Paul Gauguin.
- Entre os anos de 1892 e 1908 viveu na cidade de Berlim (Alemanha).
- Em 1892 participou de uma exposição artística em Berlim. Porém, a mesma foi cancelada em função do grande choque que provocou na sociedade alemã.
- Em 1893, pintou sua obra de arte de maior importância: O Grito. Esta obra tornou-se um dos símbolos do expressionismo.
- Em 1896, começou a fazer gravuras e apresentou várias inovações nesta técnica artística.
- Em 1908, voltou para a Noruega para viver em seu país natal definitivamente.
- No final da década de 1930 e início da década de 1940 passou por uma forte decepção. O governo nazista ordenou a retirada de todas as obras de arte de Munch dos museus da Alemanha por considerá-las esteticamente imperfeitas e por não valorizar a cultura alemã.
- Munch morreu em 23 de janeiro de 1944, na cidade de Ekely (próximo a Oslo).
Estilo artístico
- Abordagem de temas relacionados aos sentimentos e tragédias humanas (angústia, morte, depressão, saudade).
- Pintura de imagens desfiguradas, passando uma sensação de angústia e desespero.
- Forte expressividade no rosto das personagens retratadas.
- Pintura de figuras marcadas por fortes atitudes.
Principais obras de Munch:
- Spring Day on Karl Johan (1891)
- Evening on Karl Johan (1892)
- Melancolia (1892)
- A Voz (1892)
- O Grito (1893)
- Vampira (1893-94)
- Anxiety (1894)
- A Madona (1894-1895)
- Jealousy (1895)
- Puberdade (1895)
- Self-Portrait with Burning Cigarette (1895)
- A menina doente (1895-1896)
- Lady From the Sea (1896)
- A dança da vida (1899-1900)
- A Morte da Mãe (1899-1900)
- Meninas no Jetty (1901)
- Crianças na rua (1907)
- Atração (1908)
- Assassino na Alameda (1919)
- Reunião (1921)
- Entre o Relógio e a Cama (1940-1942)

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